GIRO DA NOTÍCIA

MOSTRA "READY MADE IN BRASIL" CHEGA SÃO PAULO.

#Mostra vai até janeiro de 2018 na sede da Fiesp.


Há cem anos, Duchamp chocava artistas ao apresentar um mictório assinado por “R. Mutt”, seu pseudônimo, na exposição do Salão de Artistas Independentes de Nova York. Apesar de “A Fonte” ter sido apresentada pela primeira vez em 1917, somente “no final dos anos 1950 e começo dos 1960 os artistas começam a fazer essa mesma apropriação de Duchamp com elementos do mundo”, diz Daniel Rangel, curador da exposição “Ready Made in Brasil”, desde terça-feira na Fiesp, na capital paulista. A mostra vai até janeiro de 2018.

O título faz referência ao ready-made, como se chamaram os artefatos artísticos que, a partir de “A Fonte”, se baseiam na apropriação de um objeto comum. Mas também evoca a origem “made in Brasil” das obras selecionadas.

Aberta nesta terça-feira, a exposição pretende mostrar, a partir da ótica de artistas plásticos brasileiros, como o francês influenciou gerações que perduram até presente.

“Quis montar uma linha do tempo com os influenciados por essa linha duchampiana”, explica Rangel, que escolheu para a mostra obras de artistas como Helio Oiticica, Lygia Clark, Waltércio Caldas, Nelson Leirner e Tunga.

A exposição é dividida em dois espaços: o da subtração e o da adição. “A subtração se refere, por exemplo, àqueles que utilizam a pedra e vão subtraindo até aquilo se tornar uma imagem, e a adição, aos artistas que inserem elementos, por exemplo, barro, para formar a obra”, explica Rangel.

Assim, no primeiro ambiente, uma obra de Waltercio Caldas de 1978 utiliza apenas um prato e elásticos à sua volta.

No espaço seguinte, artistas trabalham por adição, como Nelson Leirner, em “Quadro a quadro-Cem Monas”, que dota de adereços a famosa figura da “Gioconda” de Leonardo da Vinci.

O curador vê uma recuperação do tema político nas artes. Para ele, isso reflete o fato de que “vivemos em um ciclo. Nos anos 70 as obras “eram muito políticas, por causa da repressão militar”. “Depois elas se tornam mais pictóricas. Agora, as questões políticas são retomadas.” Rangel afirma que a exposição, num espaço que depende das verbas aportadas por trabalhadores da indústria, deveria fazer uma homenagem a eles. Por isso, ferramentas e elementos, como miniaturas de trens são elementos presentes na exposição. -

Cinema
O CCBB São Paulo apresenta a mostra “Som: A História que Não Vemos” nos dias 4 e 23 de outubro, trazendo filmes que evidenciam a importância do som.

Além das exibições, no dia 11, às 19h, haverá um debate entre os cineastas Marcelo Gomes, responsável por “Joaquim” e Cao Guimarães, de “O Homem das Multidões”. No dia 18, o longa “Gravidade”, do diretor Alfonso Cuarón, será exibido.
Mostra deve ficar em São Paulo até Janeiro

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