GIRO DA NOTÍCIA

CONSUMO E PRODUÇÃO DE COGUMELOS DISPARA NO BRASIL.

#China lidera a produção mundial de cogumelos, seguida pela Itália, Estados Unidos e Holanda.


Muitos brasileiros já conhecem os benefícios dos cogumelos para a nutrição e para a saúde. Mesmo assim, esse alimento ainda não faz parte da dieta regular da maioria da população. Os preços elevados da bandeja (em média, 200 gramas sai por R$ 15), são uma barreira à expansão do consumo.

Apesar disso, a tendência é de mudanças, sobretudo, a partir de ações realizadas pela Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos (ANPC). A entidade ataca em várias frentes para tornar o mercado mais competitivo e os preços do produto mais em conta, com o estímulo aos investimentos em tecnologia e o incentivo ao consumo do produto in natura. O mercado de fungos movimenta US$ 35 bilhões no mundo ao ano. A expectativa é de que o negócio cresça 9% até 2021.

A China lidera a produção mundial de cogumelos, seguida pela Itália, Estados Unidos e Holanda. O consumo per capita no país asiático também é o maior do mundo, com oito quilos anuais, por habitante. No Brasil, a média anual é de apenas 160 gramas, bem abaixo de países europeus, como a Alemanha, que consome quatro quilos, França (dois quilos) e Itália (um quilo e trezentos gramas). Quanto mais os brasileiros conhecem as propriedades nutricionais e medicinais do alimento, mais se tornam boas as perspectivas do produto no mercado interno.

Importação: Por enquanto, a demanda ainda é muito maior que a oferta. Com isso, o país depende de importações para abastecer o mercado. Somente no ano passado, o Brasil importou 10 mil toneladas do champignon de Paris em conserva, espécie que chega ao país principalmente da China, com valor inferior ao produto nacional.

Sem ter como competir com o maior produtor mundial, os agricultores brasileiros passaram a investir no cultivo e na comercialização do cogumelo in natura, como o Shimeji e o Shiitake. “Somente no Brasil, o consumo do cogumelo cozido é maior do que o de cogumelo fresco, mas a aceitação do produto in natura é muito boa, à medida que as pessoas conhecem mais o alimento”, explica o engenheiro agrônomo Daniel Gomes, vice-presidente da ANPC.

O cogumelo foi um dos alimentos que mais se beneficiaram com o boom de restaurantes japoneses no Brasil, no período entre 2005 e 2010. O súbito interesse dos brasileiros pela cozinha asiática em geral, trouxe para as panelas e para os pratos os cogumelos frescos. A rápida expansão dos programas de culinária nas emissoras de televisão, usando, abusando e divulgando os valores nutricionais do alimento, também ajudou o cogumelo a se tornar mais conhecido no Brasil.

A ANPC aproveitou esse repentino interesse pelo alimento, integrou suas ações a esses movimentos espontâneos e saiu a campo para popularizar o produto e impulsionar as vendas, com a realização de ações pontuais em feiras gastronômicas e em eventos de degustação.

O trabalho de orientação aos produtores rurais vem trazendo resultados relevantes, principalmente em São Paulo, maior produtor de cogumelos do país. A Câmara Setorial de Fungicultura, criada por solicitação dos agricultores locais, debate ações direcionadas ao setor e desenvolve políticas públicas para estimular a produção local. Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA) indicam que, no estado de São Paulo, são produzidas cerca de seis mil toneladas de cogumelos. O município de Mogi das Cruz domina o cultivo do estado e nacionalmente.

Benefícios: São grandes os benefícios do consumo de cogumelos. Pesquisadores indicam que o produto é rico em proteína, vitaminas B e C, fibras e sais minerais (fósforo, potássio, cálcio, sódio e ferro), além de aminoácidos. “Em 100 gramas de cogumelos da espécie champignon, existem de 34% a 36% de proteínas, enquanto, nessa mesma quantidade de carne bovina, são 14% de proteínas”, compara a bióloga, Arailde Fontes Urben, pesquisadora Ph.D da área de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

China lidera a produção mundial de cogumelos, seguida pela Itália, Estados Unidos e Holanda.

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