GIRO DA NOTÍCIA

CAMADA DE OZÔNIO SE RECUPERA DIZ ESTUDO EUROPEU.

#Estratosfera superior a baixas latitudes também está mostrando claros sinais de recuperação, mostrando que o protocolo foi importante.


A camada de ozônio, que protege o planeta da perigosa radiação ultravioleta, está se recuperando nos polos, mas o mesmo não vem ocorrendo em latitudes baixas, que são as áreas mais populosas. Desde a década de 1970, o ozônio entrou em declínio devido à alta concentração de alguns produtos químicos. Com a proibição dessas substâncias, partes da camada vêm se recompondo, particularmente nos extremos da Terra. Porém, segundo um estudo da União Europeia de Geociências publicado na revista Chemistry and Physics, a base da camada de ozônio não se recuperou, e a causa desse fenômeno é desconhecida.

O ozônio é uma substância formada na estratosfera, a região da atmosfera entre 10km e 50km de altitude, acima da troposfera, onde vivemos. Ele é produzido em latitudes tropicais e distribuído ao redor do globo. Uma grande porção da camada da substância reside na parte baixa da estratosfera. A camada de ozônio absorve muito da radiação do Sol, que, se alcançar a superfície da Terra, pode causar danos ao DNA das plantas, dos animais e dos humanos.

Nos anos de 1970, foi reconhecido que químicos chamados CFCs, usados, por exemplo, em refrigeração e aerosol, estavam destruindo o ozônio na estratosfera. O efeito era pior na Antártida, onde se formou um buraco. Em 1987, o Protocolo de Montreal foi assinado, levando à extinção dos CFCs. Recentemente, surgiram os primeiros sinais de recuperação na região do polo. A estratosfera superior a baixas latitudes também está mostrando claros sinais de recuperação, mostrando que o protocolo foi importante.

Contudo, apesar desse sucesso, os cientistas europeus revelaram que o ozônio estratosférico não está se recuperando nas baixas latitudes, entre 60 Norte e 60 Sul, devido a declínios inesperados na camada que se localiza na parte baixa da estratosfera. “O ozônio vem caindo seriamente no mundo desde 1980, mas, enquanto o banimento dos CFCs está levando a uma recuperação nos polos, o mesmo não parece ser verdade para baixas latitudes”, afirma Joanna Haigh, coautora do trabalho e codiretora do Instituto de Mudanças Climáticas e Ambientais do Imperial College Londres. “O potencial para provocar danos nas latitudes baixas pode ser menor do que vimos nos polos antes de o Protocolo de Montreal ser assinado, mas a radiação UV é mais intensa nessas regiões e mais pessoas vivem aí”, observa.

A causa desse declínio não é certa, embora os autores sugiram algumas possibilidades. Uma é o fato de as mudanças climáticas estarem alterando o padrão da circulação atmosférica, fazendo com que mais ozônio seja levado dos trópicos. A outra possibilidade é que substâncias de vida muito curta (VSLSs, pela sigla em inglês), que contêm cloro e bromo, estejam destruindo o ozônio na baixa estratosfera. Os VSLSs incluem químicos usados como solventes e tintas. Um deles é utilizado, inclusive, para substituir os CFCs em produtos “ozônio-friendly” (amigos da camada de ozônio).

Para conduzir a análise, a equipe desenvolveu novos algoritmos que combinam dados de satélite obtidos por diferentes missões internacionais, desde 1985. “O estudo é um exemplo de um esforço concentrado para monitorar e entender o que está acontecendo com a camada de ozônio”, observa Ball.

Camada de Ozônio melhora diz estudo europeu

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