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PRINCIPAIS VACINAS RECOMENDADAS PARA ADULTOS TEM PROCURA BAIXA NO PAÍS.

#Vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde têm cobertura vacinal abaixo do que seria considerado ideal.


Vacinação é coisa de criança, certo? Errado. Mas o baixo índice de imunização de pessoas entre 20 a 59 anos indica que muitos adultos pensam assim. Apesar de não haver uma meta de distribuição para essa faixa etária, todas as quatro vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde têm cobertura vacinal abaixo do que seria considerado ideal.

Nem mesmo a febre amarela, cujo surtos recentes geraram campanhas específicas de vacinação conseguiram levar 90% dos adultos ao posto de saúde. Segundo levantamento do ministério, entre 1994 e 2018, o índice médio de vacinação ficou em 78,8%. As demais, ficam abaixo dos 50%.

A situação é pior na distribuição da Tríplice Viral (caxumba, sarampo e rubéola), distribuída a 4,7% do público alvo. As outras duas vacinas recomendadas para adultos, contra hepatite B e dupla adulto (difteria e tétano), obtiveram taxas de 39,4% e 39,9%, respectivamente.

Em 2004, o Ministério da Saúde definiu calendários de vacinação por ciclos de vida: crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos. Mas a falta de informação tem exposto os adultos ao risco de contrair doenças. A comerciante Lucia Sagrillo, 45 anos, conta que só começou a colocar o calendário de vacinação quando engravidou pela primeira vez, há cinco anos.

"Eu havia feito vacina contra rubéola lá pelos meus 18 anos e achei que não precisava mais tomar nenhuma outra. No pré-natal que descobri que havia outras", admite, acrescentando que a primeira foi a DTPa (difteria, tétano e coqueluche), que visa a proteção do bebê.

Assim como Lucia, milhares ignoram o calendário vacinal ou mesmo não recordam quais doses tomaram ou não. Na dúvida, tome o medicamento mais uma vez, orienta a médica Danielle Grillo, coordenadora do programa de imunizações do Estado do Espírito Santo.

"Adolescentes e adultos que não tenham comprovante de vacinação ou que estejam com o esquema vacinal incompleto tem a indicação de fazer as doses novamente, sob risco de contaminação. E não apenas de doenças infectocontagiosas. Ainda temos muitos casos de tétano acidental, por exemplo", explica.

O aumento da cobertura vacinal é diretamente proporcional à queda dos casos da doença. No Distrito Federal, o número de doses aplicadas em adultos subiu de 202.712 em 2016, para 587.384 em 2017. No mesmo período, os casos de caxumba caíram de 1.209 para 423.

Conforme a Sociedade Brasileira de Imunizações, doenças como o sarampo precisam de coberturas acima de 95% para evitar a circulação do vírus, já que a doença é transmitida por pessoa para pessoa – o que beneficia também quem não foi vacinado.

Por isso, os surtos da doença registrados em Manaus e Roraima colocaram o Ministério da Saúde em alerta contra a reintrodução do vírus, considerado erradicado do país em 2016. Porém, o órgão adverte que durante a Campanha Nacional de Vacinação, que começa no próximo dia 6 de agosto, a distribuição de doses será focada nas crianças entre 1 a 5 anos, principais vítimas e transmissoras do vírus.

Como reverter esse quadro?: Para a coordenadora do PNI, Carla Domingues, um dos motivos da baixa adesão dos adultos à vacinação é o fato de o calendário ser muito recente. "Precisamos melhorar essa comunicação do calendário da vacina no adulto", diz.

Uma das ideias para disseminar essa nova cultura é fazer com que os médicos orientem os adultos sobre a vacinação, assim como ocorre com as crianças. A informatização dos dados é outra medida que visa dar uma forcinha para os adultos esquecidos. Atualmente, 65% das salas de vacinação do país estão equipadas com um novo sistema de registro. Assim que os 35% restantes estiverem implementadas, todos os brasileiros conseguirão acessar seus dados de vacinação sem depender da caderneta de papel. Segundo Carla Domingues, isso seria de grande valia até para os gestores de saúde.

"Dessa forma, ele pode saber que ações locais pode fazer para campanhas de vacinação", afirma, acrescentando que a execução do plano fica a cargo do município.

Calendário de Vacinação para Adultos

Conheça o esquema de vacinação para quem tem entre 20 e 59 anos:

Hepatite B - Três doses

Febre Amarela - Uma dose

Tríplice Viral (caxumba, sarampo e rubéola) – Duas doses para quem tem entre 20 e 29. Uma para a faixa etária entre 30 e 49

Dupla adulto (difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos


BAIXA PROCURA
Taxa de vacinação de adultos no país entre 1994 e 2018

Tríplice Viral - 4,7%

Hepatite B - 39,4%

Dupla adulto - 39,9%

Febre amarela - 78,8%


PROTEJA-SE
Conheça as doenças que podem ser evitadas com a vacinação de adultos

HEPATITE B - A infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) pode ocorrer: da mãe para filho ao nascimento, por via sexual, por meio de ferimentos cutâneos, por compartilhamento de seringas e agulhas entre usuários de drogas, por transfusão de sangue ou hemoderivados, em acidentes com material biológico. As principais complicações são a cirrose e câncer hepáticos, podendo também ocorrer hepatite aguda, infecção crônica inaparente (estado de portador) e hepatite crônica.

FEBRE AMARELA - Trata-se de uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos. A forma mais grave da doença costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

CAXUMBA - A caxumba é uma doença infecciosa, causada por vírus, que provoca inflamação nas glândulas parótidas, submaxilares e sublinguais. Também É conhecida como papeira, pelo fato de provocar inchaço e dor nas laterais do pescoço.

SARAMPO - Febre, tosse persistente, corrimento no nariz e irritação nos olhos são sintomas facilmente confundíveis com uma gripe, exceto pelo aparecimento de manchas avermelhadas na pele, característica marcante do sarampo. É transmitido por um vírus através de secreções expelidas pelo nariz ou boca durante a fala, tosse ou espirro do doente.

RUBÉOLA - Causada por vírus, é transmitida através da inalação de gotículas de secreção nasal de pessoas contaminadas, que contêm o vírus. A apresentação inicial se assemelha a uma gripe comum, e dura de 7 a 10 dias, até o surgimento das ínguas e, posteriormente, manchas na pele, que desaparecem sem deixar sequelas. Estes dois últimos sintomas são encontrados inicialmente na face e no pescoço e disseminados pelo tronco e membros.

DIFTERIA - É causada pela bactéria Corinebacterium diphtheriae, que frequentemente se aloja nas amídalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. A difteria é transmitida pela saliva ou outras secreções eliminadas ao tossir, espirrar ou mesmo ao falar, provocando inflamação das vias respiratórias. Um dos sintomas mais frequentes são formações de placas na garganta.

TÉTANO - A contaminação pela bactéria Clostridium tetani é feita a partir de lesões na pele causadas por ferimentos, mesmo que pequenos, provocados por metais (enferrujados ou não), madeira, vidro ou outros objetos contaminados. Os principais sintomas são: contrações musculares involuntárias na região do ferimento, seguido de contrações dos músculos da face e do pescoço. Progressivamente também atinge os músculos do abdôme, provocando dificuldade de engolir e insuficiência respiratória.


Principais vacinas recomendadas para adultos tem procura baixa no país

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