PROJOTA LANÇA CLIPE DA MÚSICA "SR. PRESIDENTE" - ASSISTA:
#Projota ainda dispara uma crítica às mortes frequentes das crianças nas favelas, onde diz: "Porque essa noite se foi mais um menino ali na rua de trás", mostrando uma proximidade do cantor com essa realidade.
A menos de dois meses para as eleições de 2018, o cantor e rapper Projota lançou nesta quinta-feira (16), às 12h, o single e clipe "Sr. Presidente", um rap com pegada política, dando continuidade à temática crítica cantada em "Mayday", lançada em junho deste ano. De acordo com o rapper, "a maioria dos brasileiros não se vê representado por nenhum dos candidatos".
Dialogando diretamente com o representante político de maior importância para o país, ele canta versos como: "Vontade a gente tem, mas não tem onde trabalhar/ Justiça a gente tem mas só pra quem pode pagar/ Coragem a gente tem mas não tem forças pra lutar/ Então a gente sai de casa sem saber se vai voltar".
Crescido no Lauzane Paulista, bairro periférico na Zona Norte de São Paulo, José Tiago Sabino Pereira, de 32 anos, adotou o nome artístico de Projota para se lançar no mercado.
"Cresci na periferia de São Paulo, e fui obrigado a vivenciar dificuldades. A maioria da população brasileira está na periferia. É muito complicado, para muita gente que não vivencia isso não rola uma identificação com essa situação, até ligar a TV e ver uma realidade de calamidade em relação aos hospitais, à segurança, à educação. A corrupção gera tudo isso. Elegemos várias pessoas para nos representar e muitos tiram proveito disso. É daí que surge a música", conta Projota, que pretende lançar mais duas canções até o final do ano.
Em um outro verso da composição, Projota supõe uma possível situação de resposta da população brasileira ("Quando o povo explodir vai ser só causa e efeito"), essa que parece o encher de esperança ("Efeito que abastece meu pulmão e me dá forças para cantar").
"Acho que a greve dos caminhoneiros é uma demonstração desse tipo de explosão, uma classe que luta por seus direitos. Imagina se todos fossem para as ruas para lutar por seus direitos contra essa balbúrdia que ocorre no país? Vivemos numa situação complicadíssima. Temos que ter esperança. Ainda assim, as eleições estão chegando e a maioria dos brasileiros nao se vê representado por nenhum dos candidatos. É uma esperança desesperançosa. É dificil", argumenta o rapper.
O cantor ainda dispara uma crítica às mortes frequentes das crianças nas favelas, onde diz: "Porque essa noite se foi mais um menino ali na rua de trás", mostrando uma proximidade do cantor com essa realidade.
"Isso acontece muito. São sempre alguns meninos na rua de trás, da frente, de cima, de todos os lados. Na periferia toda rua tem uma 'rua de trás' em que você perdeu algum amigo, alguém da família. É algo corriqueiro, infelizmente" ressalta Projota.
Rap como forma de mudança: Com mais de 1 bilhão de views em seu canal do Youtube e 1,7 milhões de ouvintes mensais no Spotify, Projota considera o rap como um dos principais agentes de transformação social.
"O rap surgiu nos anos 1980 nos EUA, sempre com essa pegada de crítica social. O principal do rap é me apontar a direção. Há 16 anos atrás, havia muito preconceito com o rap. Quando era adolescente, conseguia entender a mensagem que aquilo tratava, e isso me ajudou a não usar drogas, além da minha família. Muitas contavam histórias de meninos que entraram para o tráfico, e o final deles era triste. É daí a razão para eu fazer rap. Mesmo que muitos nao tenham vivido o que eu vivi, ao menos param pra pensar" explica o cantor.
Tendo como um dos ídolos MV Bill, que além de rapper é também um ativista social e um dos fundadores da Central Única das Favelas (CUFA), Projota não desenvolve projetos sociais permanentes, mas costuma participar de palestras em escolas, com o objetivo de incentivar seus fãs mais jovens a não desistir dos seus sonhos.
"Em primeiro lugar, eles tem acreditar em si. Esse é o clichê mais verdadeiro da vida. Falo muito para essa molecada do Ensino Médio, 'você não é obrigado a saber o que vai fazer para o resto da vida, mas é obrigado buscar descobrir isso, a sua aptidão'. Eu era o melhor aluno da sala sempre, queria ser jogador de futebol. Ia estudando e fazendo rap, e vi que era bom nisso. O Rio é um dos principais berços do rap. Eu lia livros, procurava informações e participava de Batalhas de Sangue e do Conhecimento (fundada pelo MC Marechal, de Niterói). Sou fã do Marechal. Em 2007, cheguei a participar de uma Batalha do Conhecimento. Hoje em dia eu tenho uma música gravada com ele", conta Projota, que começou a carreira gravando músicas no quarto de casa, enquanto usava microfone de videokê, até gravar o primeiro EP, em 2009.
A menos de dois meses para as eleições de 2018, o cantor e rapper Projota lançou nesta quinta-feira (16), às 12h, o single e clipe "Sr. Presidente", um rap com pegada política, dando continuidade à temática crítica cantada em "Mayday", lançada em junho deste ano. De acordo com o rapper, "a maioria dos brasileiros não se vê representado por nenhum dos candidatos".
Dialogando diretamente com o representante político de maior importância para o país, ele canta versos como: "Vontade a gente tem, mas não tem onde trabalhar/ Justiça a gente tem mas só pra quem pode pagar/ Coragem a gente tem mas não tem forças pra lutar/ Então a gente sai de casa sem saber se vai voltar".
Crescido no Lauzane Paulista, bairro periférico na Zona Norte de São Paulo, José Tiago Sabino Pereira, de 32 anos, adotou o nome artístico de Projota para se lançar no mercado.
"Cresci na periferia de São Paulo, e fui obrigado a vivenciar dificuldades. A maioria da população brasileira está na periferia. É muito complicado, para muita gente que não vivencia isso não rola uma identificação com essa situação, até ligar a TV e ver uma realidade de calamidade em relação aos hospitais, à segurança, à educação. A corrupção gera tudo isso. Elegemos várias pessoas para nos representar e muitos tiram proveito disso. É daí que surge a música", conta Projota, que pretende lançar mais duas canções até o final do ano.
Em um outro verso da composição, Projota supõe uma possível situação de resposta da população brasileira ("Quando o povo explodir vai ser só causa e efeito"), essa que parece o encher de esperança ("Efeito que abastece meu pulmão e me dá forças para cantar").
"Acho que a greve dos caminhoneiros é uma demonstração desse tipo de explosão, uma classe que luta por seus direitos. Imagina se todos fossem para as ruas para lutar por seus direitos contra essa balbúrdia que ocorre no país? Vivemos numa situação complicadíssima. Temos que ter esperança. Ainda assim, as eleições estão chegando e a maioria dos brasileiros nao se vê representado por nenhum dos candidatos. É uma esperança desesperançosa. É dificil", argumenta o rapper.
O cantor ainda dispara uma crítica às mortes frequentes das crianças nas favelas, onde diz: "Porque essa noite se foi mais um menino ali na rua de trás", mostrando uma proximidade do cantor com essa realidade.
"Isso acontece muito. São sempre alguns meninos na rua de trás, da frente, de cima, de todos os lados. Na periferia toda rua tem uma 'rua de trás' em que você perdeu algum amigo, alguém da família. É algo corriqueiro, infelizmente" ressalta Projota.
Rap como forma de mudança: Com mais de 1 bilhão de views em seu canal do Youtube e 1,7 milhões de ouvintes mensais no Spotify, Projota considera o rap como um dos principais agentes de transformação social.
"O rap surgiu nos anos 1980 nos EUA, sempre com essa pegada de crítica social. O principal do rap é me apontar a direção. Há 16 anos atrás, havia muito preconceito com o rap. Quando era adolescente, conseguia entender a mensagem que aquilo tratava, e isso me ajudou a não usar drogas, além da minha família. Muitas contavam histórias de meninos que entraram para o tráfico, e o final deles era triste. É daí a razão para eu fazer rap. Mesmo que muitos nao tenham vivido o que eu vivi, ao menos param pra pensar" explica o cantor.
Tendo como um dos ídolos MV Bill, que além de rapper é também um ativista social e um dos fundadores da Central Única das Favelas (CUFA), Projota não desenvolve projetos sociais permanentes, mas costuma participar de palestras em escolas, com o objetivo de incentivar seus fãs mais jovens a não desistir dos seus sonhos.
"Em primeiro lugar, eles tem acreditar em si. Esse é o clichê mais verdadeiro da vida. Falo muito para essa molecada do Ensino Médio, 'você não é obrigado a saber o que vai fazer para o resto da vida, mas é obrigado buscar descobrir isso, a sua aptidão'. Eu era o melhor aluno da sala sempre, queria ser jogador de futebol. Ia estudando e fazendo rap, e vi que era bom nisso. O Rio é um dos principais berços do rap. Eu lia livros, procurava informações e participava de Batalhas de Sangue e do Conhecimento (fundada pelo MC Marechal, de Niterói). Sou fã do Marechal. Em 2007, cheguei a participar de uma Batalha do Conhecimento. Hoje em dia eu tenho uma música gravada com ele", conta Projota, que começou a carreira gravando músicas no quarto de casa, enquanto usava microfone de videokê, até gravar o primeiro EP, em 2009.
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