GIRO DA NOTÍCIA

PONTES E VIADUTOS DE SP PASSAM POR VISTORIA EMERGENCIAL.

#SP tem 19 viadutos que estão há mais de seis anos sem receber melhorias de autoridades.


O TCM (Tribunal de Contas do Município) autorizou ontem o pedido da Prefeitura de São Paulo para fazer contratação emergencial de empresas para vistoria de 185 pontes e viadutos na cidade de São Paulo.

A medida atende o pedido feito pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) para que as contratadas façam laudos técnicos que indiquem a real situação de risco dos locais, sem a necessidade de fazer edital.

O processo licitatório leva em média três meses para ser concluído. Já no procedimento feito de forma urgente, só é exigida uma cotação de preços no mercado, como é feito no setor privado. O que torna mais rápida a contratação.

A decisão do órgão reverte outra, tomada em novembro de 2018, quando o Tribunal exigia que a prefeitura justificasse individualmente a necessidade de vistoria para cada ponte e viaduto da cidade. A medida foi tomada logo depois que o viaduto na Marginal Pinheiros cedeu dois metros e foi interditado.

Na justificativa do voto que liberou a contratação, o TCM afirmou que é "competência legal do Tribunal examinar posteriormente a correção das regras de contração das empresas e o acompanhamento de cada um dos contratos firmados".

A administração não descarta que outras pontes ou viadutos possam ser interditados após a conclusão das vistorias.

Dois casos: No último dia 23, a Prefeitura de São Paulo interditou uma ponte na via expressa da Marginal Tietê que dá acesso à Rodovia Presidente Dutra, na zona norte.

A estrutura apresentava rachaduras e o rompimento de uma viga. Ainda não há informações sobre a causa das rachaduras, nem sobre o tempo estimado para as obras de restauração.

Dois meses antes, o acidente aconteceu na ponte na Marginal Pinheiros. A concretagem da viga do pilar que rompeu começou a ser feita no dia 15.

A expectativa da administração é de que a obra seja concluída até o dia 15 de maio.

Vistoria: Levantamento obtido pelo SP2 por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) aponta que 19 pontes e viadutos da cidade de São Paulo estão há mais de seis anos sem passar por nenhuma vistoria. Os dados são da Secretaria de Infraestrutura Urbana.

A falta de vistoria vai contra o que determina a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Segundo o órgão, são necessárias uma inspeção visual todo ano e uma detalhada a cada cinco.

Das 185 estruturas presentes na capital, 19 estão sem vistoria desde 2012:

Ponte Cidade Universitária
Ponte Cruzeiro do Sul
Ponte do Tatuapé
Ponte Aricanduva
Ponte das Bandeiras
Viaduto Naor Guelfi
Viaduto Miguel Mofarrej
Viaduto Pacheco Chaves
Viaduto Alberto Badra
Viaduto Brigadeiro Luiz Antônio
Viaduto Gal. Euclides figueiredo
Viaduto Gal. Marcondes Salgado
Viaduto Gal. Milton Tavares de Souza
Viaduto Jabaquara
Viaduto João Julião C. Aguiar
Viaduto Major Quedinho
Viaduto Washington Luiz
Viaduto Grande São Paulo
Viaduto Gazeta do Ipiranga

Três delas estão em situação de "extrema gravidade", classificação dada pela própria prefeitura. Só agora as pontes Cruzeiro do Sul, Tatuapé e Bandeiras entraram para a lista de prioridade da Prefeitura, junto com outras cinco pontes, todas na Marginal Tietê.

As empresas contratadas de forma emergencial pela Prefeitura têm 120 dias para entregar os laudos técnicos. Só então a Administração Municipal poderá avaliar quais obras serão necessárias.

Em nota, a Prefeitura informou que os laudos dessas oito pontes serão como uma radiografia, e vão dizer, por exemplo, como estão o concreto, as ferragens e as juntas de dilatação. Os laudos também vão apontar quais são as intervenções necessárias e se elas são urgentes.

Viaduto cedeu: Essa atenção às pontes e viadutos só veio depois que um viaduto na Marginal Pinheiros cedeu, em novembro do ano passado. A obra de recuperação vai custar R$ 30 milhões e deve durar até maio, segundo a Prefeitura.

Se os prazos de vistoria tivessem sido cumpridos, como determina a ABNT, esse acidente, bem como o risco estrutural que fechou a Ponte da Dutra na semana passada, poderiam ter sido evitados.

“A manutenção programada custa cinco vezes menos que uma inspeção corretiva. Ou seja, se eu tiver que fazer um reparo por não ter cuidado, não ter feito a manutenção adequada, vai custar cinco vezes mais do que eu fazer simplesmente a manutenção, a conservação do viaduto”, disse Luís Otávio Rosa, do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (Ibape-SP).

Viadutos de SP passam por vistorias

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