LUISA MARILAC LANÇA LIVRO "EU TRAVESTI" - BIOGRAFIA QUE CONTA A REALIDADE VIVIDA PELA COMUNIDADE TRANS.
#Livro destaca a história de Luisa e sua vivência na prostituição, preconceito e a violência sofrida diariamente pela sociedade.
A travesti e ativista dos direitos LGBT+, Luisa Marilac, lançou na tarde deste Domingo, 19, a sua primeira auto biografia intitulado, "Eu Travesti", escrito pela jornalista, Nana Queiroz e lançado oficialmente pela editora Saraiva em São Paulo.
Neste livro Marilac conta sua trajetória de vida desde quando deixou sua cidade natal no interior de Minas Gerais e foi tentar a sorte na cidade de São Paulo, além de outros países como Espanha e Itália. A autora ainda aborda temas sobre sua família, aceitação e preconceito e obstáculos sofridos pela população LGBT+ em especial as trans, que segundo Luisa, são marginalizadas e esquecidas pela sociedade abusadora.
A partir de tantas vivências e lições, surgiu o protagonismo da jornalista Nana Queiroz, que poeticamente transformou os relatos de Luisa em um livroemocionante. A parceria de sucesso veio há mais de três anos, quando a travesti virou colunista da revista AzMina, fundada por Nana. "A ideia principal é que fosse uma revista de feminismo interseccional, então o mais importante é que a gente tivesse uma diversidade das meninas que escrevem. De cara, a gente pensou na Luisa, porque ela é leve, engraçada, mas ao mesmo tempo passa uma mensagem de acolhimento e transformação social", conta Nana. A partir desse momento, dava início a uma amizade, ainda que virtual, entre ambas: Luisa ditava, Nana escrevia. "Eu comecei a fazer o ghost writing, como um processo jornalístico de entrevista. Eu dava um tema pra ela, escrevia e mandava pra ela aprovar", descreve.
Na festa de um ano da revista, veio a oportunidade de se conhecerem pessoalmente. Ali, Nana soltou a proposta de um livro: "Desde pequenininha, eu queria que a minha habilidade de escrita servisse para dar voz às pessoas que não têm voz. Com o tempo e com meu envolvimento com o feminismo, eu fui percebendo que queria dar voz a mulheres marginalizadas", expõe. Em seu primeiro livro, Presos que Menstruam, a jornalista expôs a vida de mulheres tratadas como homens nas prisões brasileiras. Agora, em Eu, Travesti, busca dar visibilidade a essa classe tão invisível da sociedade.
"A Luisa Marilac é um poço de memórias e de conhecimentos que a gente quase não tem. Ela é uma raridade, não só porque passou dos 40 anos quando muitas travestis morrem antes dos 35, mas porque ela soube transformar muita dor em algo positivo, construtivo e bonito", pondera, acrescentando que o livro mescla tons de denúncia com mensagens de positividade.
O triunfo profissional despertou uma aproximação sem igual. "Nana é uma mulher sensível, dona de um talento único. Acho que Deus me botou [sic] a pessoa certa na mão, uma pessoa de confiança, que eu pude abrir meu coração, que conhece minha história mais do que qualquer um. Não é que nós somos amigas, somos irmãs de alma", vibra Luisa. A admiração, carinho e respeito é recíproco. "Eu chamo esse livro de 'nosso milagre pessoal', porque eu e Marilac éramos duas pessoas que tinham tudo para não se conhecerem e não serem amigas, a gente vive em extremos absolutos, eu do privilégio e ela do desprivilégio. A nossa amizade nos fez não só superar essas barreiras para construir um livro, mas para construir uma relação de amizade muito bonita. Minha vida foi definitivamente enriquecida por ela", comemora Nana.
Com o mote da desconstrução, o livro biográfico promete atingir todas as camadas da sociedade. "Eles [comunidade LGBT] já conhecem a nossa história. O livro veio para entrar em lugares que geralmente não entramos. As pessoas não têm de me aceitar, eu me aceito como eu sou, mas as pessoas têm de me respeitar. O respeito é a base de tudo", completa Luisa.
Luisa Marilac é sinônimo de força, positividade e superação. Natural de Além Paraíba, pequena cidade no interior de Minas Gerais, a ativista LGBT sabe usar sua voz e figura pública para lutar contra o preconceito. "Eu nunca imaginei contar minha história em um livro. Eu sabia que tinha passado muitas coisas na minha vida, perguntava para Deus se tinha algum propósito e hoje eu entendo que é lutar contra a transfobia, dar visibilidade para essa minoria que é tão excluída, inclusive no meio LGBTQ+", relata. Ao E+, ela conta o processo de elaboração da biografia Eu, Travesti, comemora a impecável parceria com a jornalista Nana Queiroz e recorda histórias de luta e transformação.
O nome de Luisa chegou à mídia em 2010, quando um vídeo gravado em uma piscina na Espanha viralizou na internet e eternizou o bordão "teve [sic] boatos que eu ainda estava na pior". Desde então, a travesti se manteve como nome de destaque na comunidade LGBT pelo grande ativismo na causa. De acordo com um dossiê elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra) em parceria com o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE), o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, representando 41% dos assassinatos mundiais. Apenas em 2018, foram 163 pessoas mortas no País, com o Rio de Janeiro liderando como estado com maior número.
A própria Luisa viu amigas travestis perderem a vida por conta da intolerância e por pouco não se tornou mais um número na estatística. Quando tinha apenas 16 anos, levou sete facadas nas costas, ficou em coma e perdeu um pulmão. "Foi a minha primeira experiência com a morte. Ali, eu achei que iria morrer. Eu já tinha sofrido muitas outras violências, mas nada comparado a essa, em que as pessoas queriam me ver morta", recorda.
A travesti e ativista dos direitos LGBT+, Luisa Marilac, lançou na tarde deste Domingo, 19, a sua primeira auto biografia intitulado, "Eu Travesti", escrito pela jornalista, Nana Queiroz e lançado oficialmente pela editora Saraiva em São Paulo.
Neste livro Marilac conta sua trajetória de vida desde quando deixou sua cidade natal no interior de Minas Gerais e foi tentar a sorte na cidade de São Paulo, além de outros países como Espanha e Itália. A autora ainda aborda temas sobre sua família, aceitação e preconceito e obstáculos sofridos pela população LGBT+ em especial as trans, que segundo Luisa, são marginalizadas e esquecidas pela sociedade abusadora.
A partir de tantas vivências e lições, surgiu o protagonismo da jornalista Nana Queiroz, que poeticamente transformou os relatos de Luisa em um livroemocionante. A parceria de sucesso veio há mais de três anos, quando a travesti virou colunista da revista AzMina, fundada por Nana. "A ideia principal é que fosse uma revista de feminismo interseccional, então o mais importante é que a gente tivesse uma diversidade das meninas que escrevem. De cara, a gente pensou na Luisa, porque ela é leve, engraçada, mas ao mesmo tempo passa uma mensagem de acolhimento e transformação social", conta Nana. A partir desse momento, dava início a uma amizade, ainda que virtual, entre ambas: Luisa ditava, Nana escrevia. "Eu comecei a fazer o ghost writing, como um processo jornalístico de entrevista. Eu dava um tema pra ela, escrevia e mandava pra ela aprovar", descreve.
Na festa de um ano da revista, veio a oportunidade de se conhecerem pessoalmente. Ali, Nana soltou a proposta de um livro: "Desde pequenininha, eu queria que a minha habilidade de escrita servisse para dar voz às pessoas que não têm voz. Com o tempo e com meu envolvimento com o feminismo, eu fui percebendo que queria dar voz a mulheres marginalizadas", expõe. Em seu primeiro livro, Presos que Menstruam, a jornalista expôs a vida de mulheres tratadas como homens nas prisões brasileiras. Agora, em Eu, Travesti, busca dar visibilidade a essa classe tão invisível da sociedade.
"A Luisa Marilac é um poço de memórias e de conhecimentos que a gente quase não tem. Ela é uma raridade, não só porque passou dos 40 anos quando muitas travestis morrem antes dos 35, mas porque ela soube transformar muita dor em algo positivo, construtivo e bonito", pondera, acrescentando que o livro mescla tons de denúncia com mensagens de positividade.
O triunfo profissional despertou uma aproximação sem igual. "Nana é uma mulher sensível, dona de um talento único. Acho que Deus me botou [sic] a pessoa certa na mão, uma pessoa de confiança, que eu pude abrir meu coração, que conhece minha história mais do que qualquer um. Não é que nós somos amigas, somos irmãs de alma", vibra Luisa. A admiração, carinho e respeito é recíproco. "Eu chamo esse livro de 'nosso milagre pessoal', porque eu e Marilac éramos duas pessoas que tinham tudo para não se conhecerem e não serem amigas, a gente vive em extremos absolutos, eu do privilégio e ela do desprivilégio. A nossa amizade nos fez não só superar essas barreiras para construir um livro, mas para construir uma relação de amizade muito bonita. Minha vida foi definitivamente enriquecida por ela", comemora Nana.
Com o mote da desconstrução, o livro biográfico promete atingir todas as camadas da sociedade. "Eles [comunidade LGBT] já conhecem a nossa história. O livro veio para entrar em lugares que geralmente não entramos. As pessoas não têm de me aceitar, eu me aceito como eu sou, mas as pessoas têm de me respeitar. O respeito é a base de tudo", completa Luisa.
Luisa Marilac é sinônimo de força, positividade e superação. Natural de Além Paraíba, pequena cidade no interior de Minas Gerais, a ativista LGBT sabe usar sua voz e figura pública para lutar contra o preconceito. "Eu nunca imaginei contar minha história em um livro. Eu sabia que tinha passado muitas coisas na minha vida, perguntava para Deus se tinha algum propósito e hoje eu entendo que é lutar contra a transfobia, dar visibilidade para essa minoria que é tão excluída, inclusive no meio LGBTQ+", relata. Ao E+, ela conta o processo de elaboração da biografia Eu, Travesti, comemora a impecável parceria com a jornalista Nana Queiroz e recorda histórias de luta e transformação.
O nome de Luisa chegou à mídia em 2010, quando um vídeo gravado em uma piscina na Espanha viralizou na internet e eternizou o bordão "teve [sic] boatos que eu ainda estava na pior". Desde então, a travesti se manteve como nome de destaque na comunidade LGBT pelo grande ativismo na causa. De acordo com um dossiê elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra) em parceria com o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE), o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo, representando 41% dos assassinatos mundiais. Apenas em 2018, foram 163 pessoas mortas no País, com o Rio de Janeiro liderando como estado com maior número.
A própria Luisa viu amigas travestis perderem a vida por conta da intolerância e por pouco não se tornou mais um número na estatística. Quando tinha apenas 16 anos, levou sete facadas nas costas, ficou em coma e perdeu um pulmão. "Foi a minha primeira experiência com a morte. Ali, eu achei que iria morrer. Eu já tinha sofrido muitas outras violências, mas nada comparado a essa, em que as pessoas queriam me ver morta", recorda.
Luisa Marila lança livro sobre sua vida |
Capa do Livro Eu Travesti
Nenhum comentário