GIRO DA NOTÍCIA

PORTO ALEGRE SERÁ A PRIMEIRA CIDADE DO PAÍS A USAR NOVO MÉTODO DE CURA DO CÂNCER.

#Capital gaúcha foi escolhida para integrar o grupo em razão dos elevados índices da doença, com 7.670 casos por ano, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A meta é reduzir em 25% a mortalidade por esta causa em Porto Alegre até 2030.







Porto Alegre será a primeira cidade do Brasil a participar de um projeto inovador de combate ao câncer: o City Cancer Challenge, lançado em 2017 pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC). A iniciativa busca criar uma comunidade global de cidades e alianças para planejar e implementar soluções locais no combate à doença, do diagnóstico ao tratamento.

Hoje, outras seis cidades participam do projeto: Kigali (Ruanda), Kumasi (Gana), Yangon (Mianmar), Tbilisi (Georgia), Cali (Colômbia) e Assunção (Paraguai). A Capital gaúcha foi escolhida para integrar o grupo em razão dos elevados índices da doença, com 7.670 casos por ano, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A meta é reduzir em 25% a mortalidade por esta causa em Porto Alegre até 2030.

— Apesar do índice elevado, a Capital tem um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) alto, profissionais da saúde capacitados e hospitais que são referência em combate ao câncer. Então, esperamos trazer à cidade novas formas de trabalhar que ajudem a aproveitar esta potencialidade para efetivamente reduzir as mortes pela doença — explica Maira Caleffi, presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e chefe do setor de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento.

No total, 13 frentes de trabalho serão implementadas na Capital, que poderão ser estendidas para hospitais públicos e privados, rede pública, universidades, profissionais da saúde, pacientes e a sociedade civil em geral. A cidade terá apoio de uma rede global de especialistas que apontarão como implementar algumas ações que foram bem sucedidas em outras cidades. Também receberá apoio para captar os recursos necessários para desenvolver essas melhorias.

Um dos desafios é encontrar formas de encurtar o tempo entre o diagnóstico da doença e o acesso ao tratamento. Conforme Maira, a cidade tem um sistema fragmentado de cadastro de informações, que acaba criando um gargalo nos procedimentos. Os hospitais e outras unidades de saúde utilizam bancos de dados diferentes, e com isso informações importantes podem se perder quando se visitam médicos diferentes ou se fazem exames em diferentes laboratórios.

— É uma jornada que pode demorar muito e custar a vida deste paciente — afirma a especialista.

Porto Alegre foi selecionada para integrar o projeto em agosto do ano passado, após mobilização de Femama, Hospital Moinhos de Vento e prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde. A partir de então, foi feito um mapeamento das principais instituições e prestadores de serviços ligados ao câncer, concluído em fevereiro de 2019, com a criação de um Comitê Executivo Multissetorial da cidade.

O passo seguinte foi identificar lacunas no tratamento do câncer e propor soluções. Entre março e maio deste ano, 168 profissionais de 33 instituições e 98 pacientes participaram da avaliação dessas necessidades, que revelaram as áreas prioritárias. A adoção dos métodos do City Cancer Challenge em Porto Alegre será detalhada na próxima quinta-feira (5) no 6º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), em São Paulo.


POA terá tratamento novo para câncer

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