NENHUM ENVOLVIDO NO VAZAMENTO DO ENEM EM 2009 FOI PRESO.
#Processo segue no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3º Região, mas a ação está sob sigilo. Prejuízo calculado pela Procuradoria Federal foi de R$ 45 milhões, cálculo que incluiu a aplicação às pressas ainda naquele ano (o valor equivale a R$ 78 milhões com atualização da inflação).
Em 2009, no meio do otimista segundo mandato do presidente Lula (PT), 4,1 milhões de candidatos haviam se inscrito para a primeira edição do novo Enem: a partir dali, a nota do exame criado em 1998 para avaliar o ensino médio valeria como vestibular unificado para universidades federais.
Mas tinha um furto no meio caminho. Em 1º de outubro daquele ano, a dois dias do início das provas, o Enem vazou e a aplicação foi cancelada.
Um funcionário de uma empresa de segurança que trabalhava na gráfica que imprimia as provas furtou uma cópia e tentou vendê-la ao jornal O Estado de S. Paulo. A veracidade do material foi confirmada e o então ministro da Educação Fernando Haddad cancelou o Enem.
Uma década depois, ninguém foi preso por causa disso. Quatro envolvidos no vazamento e na tentativa de vender o material foram condenados em 2011 pela Justiça Federal. A defesa dos acusados ingressaram com recurso.
Também o Ministério Público Federal recorreu ao considerar as penas, de 2 anos a 5 anos, muito brandas em face do estrago do episódio.
Na época, o prejuízo calculado pela Procuradoria Federal foi de R$ 45 milhões, cálculo que incluiu a aplicação às pressas ainda naquele ano (o valor equivale a R$ 78 milhões com atualização da inflação).O processo segue no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3º Região, mas a ação está sob sigilo. Os motivos do segredo também são sigilosos, conforme conta a jornalista Renata Cafardo no livro "O roubo do Enem" (Ed. Record). Foi ela quem recebeu a ligação com a oferta da prova.
O material havia sido levado de dentro da gráfica Plural, parceria do Grupo Folha com a Quad Graphics. A empresa não foi responsabilizada judicialmente pelo ocorrido.
O episódio causou prejuízos aos cofres públicos, transtorno a estudantes e a instituições que aguardavam a nota para preencher as vagas. Foi também um desgaste político para o governo, embora tenha imposto a diligência que cerca a realização do exame até hoje.
O Inep passou a incrementar os protocolos de segurança, o que também ampliou os gastos. O exame tem um custo estimado para este ano de R$ 537 milhões e conta com 31,7 mil pessoas envolvidas apenas na logística –transporte, segurança e distribuição dos malotes.
Embora de menor dimensão, o Enem acumulou outros erros, principalmente nas duas edições seguintes. Em 2010, uma falha na impressão prejudicou vários candidatos, e uma nova prova foi realizada para esse grupo.
Um ano depois o exame trouxe 14 questões repetidas de uma aplicação recente de pré-teste em uma escola de Fortaleza.O pré-teste de questões é uma das etapas do modelo de elaboração da prova, iniciado em 2009, e que permite diferentes exames com o mesmo grau de dificuldade.Mas, em seus 21 anos, o Enem resistiu e se consolidou com o passar dos anos como vestibular para praticamente todas as universidades federais do país.
A USP, por exemplo, também seleciona alunos a partir da nota no exame e 41 universidades portuguesas também o aceitam.Após o vazamento, o governo contratou a gráfica RR Donnelley para a reaplicação ainda em 2009. A empresa se manteve à frente dos trabalhos desde então. No período, houve apenas duas licitações, em 2010 e 2016, e a empresa saiu vencedora e recebeu o contrato.
No ano que o vazamento completa dez anos, porém, a gráfica anunciou falência e a segunda colocada no último certame, a Valid, assumiu os trabalhos por decisão do governo Jair Bolsonaro (PSL). O TCU (Tribunal de Contas da União) ainda apura se houve um suposto conluio entre as duas empresas.
Em 2009, no meio do otimista segundo mandato do presidente Lula (PT), 4,1 milhões de candidatos haviam se inscrito para a primeira edição do novo Enem: a partir dali, a nota do exame criado em 1998 para avaliar o ensino médio valeria como vestibular unificado para universidades federais.
Mas tinha um furto no meio caminho. Em 1º de outubro daquele ano, a dois dias do início das provas, o Enem vazou e a aplicação foi cancelada.
Um funcionário de uma empresa de segurança que trabalhava na gráfica que imprimia as provas furtou uma cópia e tentou vendê-la ao jornal O Estado de S. Paulo. A veracidade do material foi confirmada e o então ministro da Educação Fernando Haddad cancelou o Enem.
Uma década depois, ninguém foi preso por causa disso. Quatro envolvidos no vazamento e na tentativa de vender o material foram condenados em 2011 pela Justiça Federal. A defesa dos acusados ingressaram com recurso.
Também o Ministério Público Federal recorreu ao considerar as penas, de 2 anos a 5 anos, muito brandas em face do estrago do episódio.
Na época, o prejuízo calculado pela Procuradoria Federal foi de R$ 45 milhões, cálculo que incluiu a aplicação às pressas ainda naquele ano (o valor equivale a R$ 78 milhões com atualização da inflação).O processo segue no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3º Região, mas a ação está sob sigilo. Os motivos do segredo também são sigilosos, conforme conta a jornalista Renata Cafardo no livro "O roubo do Enem" (Ed. Record). Foi ela quem recebeu a ligação com a oferta da prova.
O material havia sido levado de dentro da gráfica Plural, parceria do Grupo Folha com a Quad Graphics. A empresa não foi responsabilizada judicialmente pelo ocorrido.
O episódio causou prejuízos aos cofres públicos, transtorno a estudantes e a instituições que aguardavam a nota para preencher as vagas. Foi também um desgaste político para o governo, embora tenha imposto a diligência que cerca a realização do exame até hoje.
O Inep passou a incrementar os protocolos de segurança, o que também ampliou os gastos. O exame tem um custo estimado para este ano de R$ 537 milhões e conta com 31,7 mil pessoas envolvidas apenas na logística –transporte, segurança e distribuição dos malotes.
Embora de menor dimensão, o Enem acumulou outros erros, principalmente nas duas edições seguintes. Em 2010, uma falha na impressão prejudicou vários candidatos, e uma nova prova foi realizada para esse grupo.
Um ano depois o exame trouxe 14 questões repetidas de uma aplicação recente de pré-teste em uma escola de Fortaleza.O pré-teste de questões é uma das etapas do modelo de elaboração da prova, iniciado em 2009, e que permite diferentes exames com o mesmo grau de dificuldade.Mas, em seus 21 anos, o Enem resistiu e se consolidou com o passar dos anos como vestibular para praticamente todas as universidades federais do país.
A USP, por exemplo, também seleciona alunos a partir da nota no exame e 41 universidades portuguesas também o aceitam.Após o vazamento, o governo contratou a gráfica RR Donnelley para a reaplicação ainda em 2009. A empresa se manteve à frente dos trabalhos desde então. No período, houve apenas duas licitações, em 2010 e 2016, e a empresa saiu vencedora e recebeu o contrato.
No ano que o vazamento completa dez anos, porém, a gráfica anunciou falência e a segunda colocada no último certame, a Valid, assumiu os trabalhos por decisão do governo Jair Bolsonaro (PSL). O TCU (Tribunal de Contas da União) ainda apura se houve um suposto conluio entre as duas empresas.
Nenhum responsável pelo vazamento do ENEM foi preso até hoje |
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