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VÍDEO - MAIOR RAIO DO MUNDO PODE TER SIDO REGISTRADO NO SUL DO BRASIL EM 2018.

#Raio registrado pelo Geostationary Lightning Mapper (GLM), sobre o estado do Rio Grande do Sul, foi capaz de percorrer 673km de distância e durou a incrível marca de 7,4 segundos. Para se ter uma ideia da distância, o relâmpago cruzou o estado do Rio Grande do Sul de ponta a ponta. O caso foi tão surpreendente que acabou sendo publicado na revista Journal of Geophysical Research: Atmospheres.








No dia 31 de outubro de 2018, uma descarga elétrica atmosférica sobre o estado do Rio Grande do Sul surpreendeu a comunidade científica. O Geostationary Lightning Mapper (GLM) registrou um relâmpago tão longo que poderia estar no livro dos recordes.

Os relâmpagos são fenômenos que aguçam a curiosidade do homem desde a pré-história. A luz que corta o céu, e é seguida de um forte barulho (conhecido como trovão), causa medo em muitas pessoas. Geralmente, relâmpagos duram apenas alguns milésimos de segundo e percorrem alguns quilômetros entre a nuvem e o solo ou dentro da nuvem. Em alguns casos raros, a descarga elétrica atmosférica pode se propagar horizontalmente para longe da tempestade que a originou.

No dia 31 de outubro de 2018 às 08:40:23 UTC (05:40:23 horário local), um relâmpago registrado pelo Geostationary Lightning Mapper (GLM), sobre o estado do Rio Grande do Sul, foi capaz de percorrer 673km de distância e durou a incrível marca de 7,4 segundos. Para se ter uma ideia da distância, o relâmpago cruzou o estado do Rio Grande do Sul de ponta a ponta. O caso foi tão surpreendente que acabou sendo publicado na revista Journal of Geophysical Research: Atmospheres.

A distância que este relâmpago percorreu foi impressionante, mas ainda existem algumas características curiosas a serem apontadas. É incomum a ocorrência de relâmpagos no horário em que esta descarga elétrica recorde ocorreu. Geralmente estes eventos estão mais ativos entre às 18h e 00h devido ao aquecimento radiativo durante o dia que ativa a convecção. Porém, este relâmpago foi causado por um Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM).

Os CCMs são tempestades multicelulares de mesoescala capazes de produzir grandes acumulados de chuva, rajadas de vento, fortes precipitações de granizo, tornados (eventualmente) e muitos relâmpagos. Os CCMs se desenvolvem durante o início da madrugada e tem um ciclo de vida de aproximadamente 6h. No caso do evento do relâmpago sobre o Rio Grande do Sul, o CCM estava em seu estágio de máximo desenvolvimento no momento da ocorrência da descarga elétrica.

Uma outra característica curiosa do relâmpago em questão foi a distância percorrida em relação ao tempo de duração: 673km em 7,4 segundos. Significa que o relâmpago percorreu aproximadamente 91 km/s ou 327.000 km/h até atingir a máxima extensão horizontal. Em geral, as primeiras cargas elétricas que iniciam a descarga se propagam a uma velocidade média de 400.000 km/h. Ou seja, o relâmpago recorde se propagou com uma velocidade abaixo da média. Porém, vale observar que o relâmpago recorde se propagou com ramificações extensas e isso pode ter “atrasado” a chegada ao destino final.

Outro recorde: O maior raio já registrado no mundo percorreu 321 quilômetros sobre o céu do estado americano de Oklahoma em 2007. Já o raio de mais longo duração relampejou por 7,74 segundos no Sul da França em 2012. Estes dois eventos incomuns marcam a primeira inclusão dos raios nos arquivos de extremos climáticos compilados por um comitê apontado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) e relatados em artigo publicado no periódico “Bulletin of the American Meteorological Society” (Boletim da Sociedade Americana de Meteorologia).

"Os raios são um grande perigo climático que tiram muitas vidas a cada ano" lembrou Petteri Taalas, secretário-geral da OMM - Melhorias na detecção de monitoramento destes eventos extremos vão ajudar a melhorar a segurança do público.

Segundo a OMM, avanços nas técnicas de sensoriamento remoto permitiram a detecção de extremos antes não observáveis dos raios. Com isso, o comitê indicado pela organização pode avaliar os registros à procura dos novos recordistas. Com base em sinais de alta frequência (VHF) emitidos pelos fenômenos, os cientistas acreditam que o maior raio único cruzou uma distância horizontal equivalente a 321 quilômetros no céu de Oklahoma em 20 de junho de 2007. Já o raio mais longo teria atingido a região de Provence-Alpes-Côte d'Azur,, no Sul da França, em 30 de agosto de 2012 por um total de 7,74 segundos.

"Esta investigação destaca o fato de que graças às contínuas melhorias na tecnologia meteorológica e climática e nas análises, os especialistas agora podem monitorar e detectar eventos como raios específicos com muito mais detalhes do que antes", conta Randall Cerveny, relator-chefe do arquivo de extremos climáticos da OMM. - O resultado final reforça a necessidade de informações críticas de segurança sobre os raios, especificamente dos raios que podem viajar longas distâncias a partir de suas tempestades mães. Nossa melhor recomendação de especialistas é: quando o trovão ruge, vá para um ambiente interno protegido.



⚡Maior relâmpago já registrado pelo Geostationary Lightning Mapper (GLM) ocorreu sobre o estado do Rio Grande do Sul no dia 31/10/2018.

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