GIRO DA NOTÍCIA

GRAFITE GIGANTE NO CENTRO DE SÃO PAULO É INTERDITADO POR IRREGULARIDADES.

#Kleber Pagú, chegou a ser preso em flagrante por crime ambiental ao pintar a empena do Edifício Renata Sampaio de Ferreira sem a permissão do dono do imóvel. Liberado, ele não nega a acusação e alega que a fachada estava “em estado de abandono”.






Anunciado como a futura “maior intervenção de arte urbana do planeta”, o projeto Aquário Urbano, lançado há quatro meses em São Paulo, conta com ilustração assinada pelo artista Felipe Yung, o Flip, e inclui fachadas de 15 edifícios da região central. Mas nem todos os envolvidos autorizaram a intervenção, e isso vem causando problemas.

O produtor cultural do projeto, Kleber Pagú, chegou a ser preso em flagrante por crime ambiental ao pintar a empena do Edifício Renata Sampaio de Ferreira sem a permissão do dono do imóvel. Liberado, ele não nega a acusação e alega que a fachada estava “em estado de abandono”. Por envolver um bem tombado na esfera municipal, a intervenção precisaria também da autorização prévia do conselho de patrimônio, o que não ocorreu.

Uma decisão judicial estabeleceu multa diária de R$ 50 mil, caso o produtor insista em pintar o edifício. Segundo os autos, um funcionário do edifício notou que um guindaste no estacionamento vizinho havia pintado a lateral do prédio de cinza e feito o esboço do desenho. No dia seguinte, 18 de novembro, o gerente da administradora do imóvel registrou boletim de ocorrência contra Pagú.

No dia 19, o produtor enviou e-mail à administradora, reiterando o pedido de apoio que, segundo ele, fizera antes do início do projeto, porém sem obter retorno. Na mesma data, um responsável pelo edifício viu que a intervenção havia recomeçado e chamou a polícia, que prendeu Pagú em flagrante. Pagú alega que “a empena foi recuperada pela produção do projeto.” E acrescenta: “A empena fica nos fundos e não faz parte das características arquitetônicas externas mais marcantes do edifício.”

A iniciativa divide opiniões. O estudante de direito Gabriel Guimarães, 21 anos, elogia a beleza da obra, mas observa: “Acredito que um prédio tombado não mereça esse grafite. Prédio tombado tem que permanecer como é. Tem prédios no centro que aceitam e ficariam bonitos grafitados.” Já o passeador de cachorros Pedro Bruno, 34 anos, não vê sentido no tombamento. “Tirando o Copan, não existe nenhum outro prédio histórico aqui. Não há problema algum em pintar a fachada deles.” E o estudante de arquitetura Heitor Ferreira, 24 anos, enaltece o aprofundamento da questão. “O problema é que o grafite vem junto com a gentrificação. Ele não chega movido puramente pela arte, ele está movido pelos novos empreendimentos, novos restaurantes, e isso acaba descaracterizando o centro.”


Maior grafite do mundo é interditado em SP

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