GIRO DA NOTÍCIA

ESTADO DO ALAGOAS TEM A MAIOR DESIGUALDADE DE RENDA DO PAÍS.

#Alagoas ainda concentra muita renda entre os 20% mais ricos - o que revela um desequilíbrio entre os 20% mais pobres. De acordo com o levantamento da FGV, o Nordeste segue com os piores números de distribuição de renda entre ricos e pobres.





A desigualdade de renda em Alagoas, que é a maior do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi destaque na imprensa nacional nesta semana. O jornal O Estado de São Paulo contou, em reportagem especial, a história do alagoano de São Miguel dos Campos, Gilson Célio dos Santos, de 38 anos, que com um cartaz em punho diz nas ruas de Maceió: "Qualquer ajuda serve". No cartaz ele pede "um emprego, um pacote de leite ou de fraldas"

A realidade exposta pelo jornal paulista já tinha sido revelada em reportagem da Gazeta de Alagoas na edição do dia 31 de agosto deste ano. Um Levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domcílios (Pnad) Contínua revela que Alagoas tem a maior desigualdade de renda do País entre os trabalhadores de 15 a 59 anos de idade.

De acordo com a pesquisa - coordenada pelo professor Marcelo Neri -, o Índice de Gini de rendimento domiciliar per capita do trabalhador alagoano nessa faixa etária foi de 0,711 no segundo trimestre deste ano - o mais alto do País entre as 27 unidades da federação.

Os dados expostos na mídia nacional, e em agosto na Gazeta, tem um recorte a partir de 2015, primeiro ano de gestão do governador Renan Filho (MDB). De lá pra cá os números da desigualdade só aumentaram. Em 2014, portanto antes da gestão de Calheiros, o índice em Alagoas era de 0,65, numa escala que varia de 0 a 1, e agora em 2019 é de 0,711, o maior e único do País nesse patamar. O posto ocupado atualmente por Alagoas era de Pernambuco em 2015.

Mas, nem sempre foi assim. Antes da gestão de Renan Filho o índice já chegou a cair, inclusive. A Gazeta noticiou, na edição de 6 de outubro de 2013, que o índice de Gini em Alagoas vinha caindo. Ele marcou 0,478 em 2011 e depois caiu para 0,462 em 2012.

Criado pelo matemático italiano Conrado Gini, o índice é um instrumento que mede o grau de concentração de renda em determinado grupo. Segundo o coordenador da pesquisa, significa que Alagoas ainda concentra muita renda entre os 20% mais ricos - o que revela um desequilíbrio entre os 20% mais pobres. De acordo com o levantamento da FGV, o Nordeste segue com os piores números de distribuição de renda entre ricos e pobres. Os sete piores índice de Gini do país estão na região, além de Alagoas, o Piauí (0,692), Paraíba (0,692), Ceará (0,686), Bahia (0,683), Maranhão (0,682), Pernambuco (0,679), Sergipe (0,674) e Rio Grande do Norte (0,670).

De acordo com a pesquisa da FGV, o desemprego foi o principal responsável pela queda do poder de compra das famílias alagoanas. "Desemprego é sinal de desajuste do mercado de trabalho e de frustração", aponta Neri. "A maioria dos ocupados passa a temer cair no desemprego, e por precaução reprime a sua demanda por bens e serviços. A crise fiscal crônica confere credibilidade à ideia de que o Estado não vai poder socorrer aos cidadãos em apuros, reforçando outros comportamentos precaucionais na demanda", explica.
Alagoas tem a maior desigualdade de renda do país

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