ESTUDANTE LEVA 200 CRIANÇAS PARA VER FILME "PANTERA NEGRA" E É ACUSADA DE RACISMO.
#Estudante de Porto Alegre levou crianças pobres do bairro Princesa Isabel para o cinema e anúncio em redes sociais causou polêmica.
"Cheguei a ser acusada de racismo por querer levar apenas crianças negras. A publicação da campanha foi apagada, pois foi muito denunciada. Mas logo depois conseguimos recuperar", explica a jovem em entrevista ao Viver. A sessão organizada pela estudante de pedagogia foi realizada no dia 22 de fevereiro, no cinema de um shopping da capital sulista. Vitória levou crianças - a partir dos 7 anos - de cinco comunidades da cidade: Cabo Rocha, Princesa Isabel, Cruzeiro, Morro da Maria da Conceição e Quilombo do Areal.
"As crianças ficaram muito felizes quando souberam. Ir ao cinema não é algo comum para grande parte delas, então foi um evento marcante. Tinha até pais e mães que acompanharam os filhos e que nunca tinham ido ao cinema. Fiquei muito feliz", revela. Ela também conta que as crianças gostaram muito de ver um filme composto por um elenco negro - além das cenas de ação e dos efeitos causados pelos óculos 3D.
Representativade - Para Vitória, Pantegra Negra conseguiu naturalizar a imagem do negro no cinema. "O audiovisual tem um poder enorme de passar mensagens, esse no caso traz o negro como protagonista, ele naturaliza isso. Na mídia, geralmente vemos o negro mais deslocado e o filme tem esse papel de trazer o povo africano de forma positiva, bonita e com personagens fortes. Isso é bem importante pois, até mesmo na escola, ainda se estuda a África de forma estereotipada", conta a pedagoga em formação.
Ela considera a presença de um protagonista negro no time de personagens da Marvel importante até mesmo para a autoestima das crianças: "A criança negra cresce assistindo a filmes infantis que não possuem tantos personagens negros, com por exemplo as princesas da Disney. Então, para os pequenos negros de hoje, ver heróis e heroínas negras é de se causar autoestima. Autoestima é tudo, com isso a criança vai se posicionar melhor, se relacionar melhor e se desenvolver melhor do que aquela que está mais acuada, que se acha menor".
Outras ações e produções - Sant'Anna também participou do projeto Cinetário, que tinha o objetivo de projetar filmes e documentários em comunidades de Porto Alegre. "Conseguimos fazer três exibições, não continuou porque o projetor era emprestado, mas sempre trabalho com cinema nas salas de aula", conta. Atualmente, ela trabalha como instrutora no Centro da Juventude Cruzeiro e costuma exibir dois filmes nacionais - compostos por elencos negros - para seus alunos: Tudo que aprendemos (2015), que se passa na favela de Paraisopólis (SP) e conta com Lázaro Ramos, e Na quebrada (2014), protagonizado por Jorge Dias, filho de Mano Brown (líder do Racionais MC).
Estudante leva 200 crianças para ver filme e causa polêmica |
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