GIRO DA NOTÍCIA

PREÇOS NOS MERCADOS DEVEM VOLTAR A FICAR MAIS CARO.

#2018 não terá queda dos preço mesmo com a lenta retomada da economia brasileira.


A queda de preços observada nos supermercados em 2017, a maior desde que entrou em vigor o Plano Real, não deverá se repetir neste ano, segundo a Apas (associação setorial paulista). A projeção é que, após uma retração de 2,3% no ano passado, a inflação do setor seja similar à do IPCA e gire entre 3% e 4%, diz Thiago Berka, economista da entidade. “Vai ser muito difícil um recuo [nos preços] desse porte se repetir tão cedo.”

A safra recorde de grãos e o elevado grau de desemprego foram os maiores responsáveis pela deflação do último ano, de acordo com a Apas. “Vamos ter uma safra boa em 2018, mas como a base de comparação é muito elevada, a expectativa é de uma diminuição de 10%, então a oferta sofrerá alguma pressão.” “A demanda também vai aumentar quando houver uma melhora significativa nos postos com carteira assinada, o que ainda não ocorreu.”

Nem os últimos meses do ano, que tradicionalmente são de alta nos preços, tiveram uma oscilação muito significativa -em dezembro, eles cresceram 0,27%, abaixo do esperado.“As categorias que são carros-chefe das festas de fim de ano, como aves, carne suína e chocolates, foram utilizadas pelos supermercados para atrair consumidores, o que fez com que os valores ficassem ‘mais comportados’.”

A tendência, em 2018, é que carnes e cereais sejam responsáveis pelos maiores aumentos na inflação, segundo o economista.

Os supermercados reduziram os índices de perdas, a fatia da receita que não entra em caixa por problemas operacionais, como vencimento de produtos e furtos, aponta a SBVC (Sociedade Brasileira do Varejo e Consumo). “As empresas precisaram dar mais atenção a custos durante os anos de crise porque tiveram de melhorar a rentabilidade”, afirma Carlos Santos, presidente da comissão de perdas na entidade.

O número médio de 2017 foi de 1,97% da receita, contra 2,26% do ano anterior.

A cooperativa de consumo Coop redobrou a atenção na prevenção a furtos, diz o presidente Marcio Valle. Parte deles é cometida por clientes e operadores de caixa em conluio. O funcionário pode fingir e não passar um produto pelo leitor óptico, por exemplo. “Implantamos um monitoramento no ponto de venda para avaliar as operações. Identificamos padrões, como um cliente ser sempre atendido por uma mesma operadora. Instalamos também um sistema para gravar o áudio.”

Outro fator que influenciou o índice foi a diminuição de estoques, especialmente em 2017, que teve deflação, diz Everton Muffato, sócio do grupo que leva seu sobrenome.

Se um produto fica mais barato, quanto mais tempo permanece sob a guarda do supermercado, mais valor perde. Por isso, empresas armazenam menos, e um efeito colateral é a redução de perdas. “É o contrário da inflação, quando aumentam os estoques. Além disso, o setor também teve de proteger a rentabilidade por causa da crise.”

Preços devem voltat a subir durante o ano de 2018

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