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GREVE DOS FERROVIÁRIOS DA FRANÇA ACUMULA PREJUÍZO DE 100 MILHÕES DE EUROS.

#Serviço diminuiu para um terço do normal na região de Paris, onde 2 milhões de usuários dos transportes intermunicipais dependem dos trens todos os dias.


As ferrovias da França perderam cerca de 100 milhões de euros (420 milhões de reais) desde que uma série de greves teve início no dia 3 de abril, disse o presidente da estatal ferroviária SNCF nesta segunda-feira, quando uma terceira onda de paralisações interrompeu serviços.

Os sindicatos trabalhistas não dão sinal de que vacilarão em seu teste da determinação do presidente francês.

Emmanuel Macron quer transformar a estatal SNCF, autoridade ferroviária do país altamente endividada, em um serviço público lucrativo, capaz de suportar a concorrência estrangeira quando seu monopólio terminar em 2020, em consonância com as leis da União Europeia. Atualmente, a empresa perde cerca de 3,7 milhões de dólares por ano.

Os sindicatos rejeitam os planos para acabar com os privilégios especiais dos ferroviários, como empregos vitalícios e aposentadorias antecipadas, e se queixam de que o governo está abrindo caminho para a privatização da SNCF.

Guillaume Pepy, o chefe da SNCF, criticou as paralisações, que reduziram para um em cinco o número de trens de alta velocidade (chamados de TGV no país) nesta segunda-feira.

O serviço diminuiu para um terço do normal na região de Paris, onde 2 milhões de usuários dos transportes intermunicipais dependem dos trens todos os dias. Três de cada quatro trens internacionais estavam em operação.

“O direito à greve existe”, disse Pepy à BFM TV. “Mas também o direito ao transporte.” Ele defendeu a reformulação que o governo Macron afirma ser crucial para a sobrevivência da SNCF depois que a rede doméstica estiver sujeita à concorrência, tal como determinado por um acordo que abrange toda a União Europeia.

Todos os sindicatos apoiam a greve, que deve durar até o final de junho, com paralisações em dois de cada cinco dias. Também houve uma interrupção em 22 de março, quando os ferroviários se uniram a uma greve de servidores civis.

Embora as centrais sindicais estejam por trás da ação, há diferenças profundas entre a CGT de raízes comunistas — com objeções por princípio ideológico às reformas do governo —, e a moderada CFDT — que se opõe à maneira como Paris as está levando adiante.

O diretor da CGT, Philippe Martinez, disse que tecnicamente nada obriga Macron a acabar com o monopólio na SNCF.

Já o chefe da CFDT, Laurent Berger, cujas discórdias com a CGT são vistas como a maior esperança de Macron sair vitorioso da disputa, exigiu que o governo faça mais para implantar um novo acordo coletivo para todo o setor ferroviário.

Greve geral na França gera prejuízo de 100 milhões de euros

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