AR SECO PROVOCA BAIXA UMIDADE E AUMENTO DE POLUIÇÃO E SÃO PAULO DECRETA ALERTA.
#São Paulo está há um mês sem receber chuva devido a uma forte massa de ar seco que atua na região central do país e inflência o tempo no Sudeste.
“É um índice ruim, especialmente para quem mora em grandes cidades. Porque a atmosfera seca também deixa as mucosas secas e ficamos em contato direto com os poluentes, fica mais difícil combater os microrganismos”, afirma a meteorologista Helena Balbino.
Segundo a escala usada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal é de 60%. A umidade entre 60% e 30% é considerada aceitável. Abaixo de 30% e acima de 20% já representa estado de atenção. Abaixo de 20% representa estado de alerta. Quando o nível de umidade relativa do ar fica abaixo de 12%, entra em estado de emergência.
Das 16h às 17h, a capital paulista registrou 18% de umidade, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A especialista do órgão explica os motivos para o clima seco. “Isso acontece por causa de um sistema de alta pressão na atmosfera. O ar da alta atmosfera, que é mais seco, desce, inibindo a formação de nuvens, que umidificam o ar e funcionam como um filtro. Sem elas, a radiação solar chega diretamente até nós, deixando o clima quente e seco”, explica Balbino.
“O nome desse fenômeno é Veranico. O sistema de alta pressão predomina na atmosfera; ou seja, uma pesada coluna de ar se espalha na alta atmosfera, a pelo menos 5 mil metros de altura, e ela impede a entrada de frentes frias”, acrescenta.
Não chove no maior centro urbano do país há 30 dias, aumentando a poluição devido o ar seco que atua com força no centro do país.
Ainda de acordo com o Inmet, o nível mais baixo das últimas semanas foi de 17%, no começo deste inverno, ainda antes dos dias de baixa temperatura da semana passada.
Durante esse período em que o estado esteve sob uma massa de ar polar e influência de frentes frias, a capital paulista teve ligeira melhora na umidade relativa do ar. Desde o final de semana, no entanto, o ar voltou a ficar muito seco, e a situação deve seguir ao longo da semana.
"O recomendável é de 40% principalmente para metrópoles com tanta poluição, porque quando há umidade, a poluição se junta a moléculas de água e cai na superfície. Seco, assim como está, a gente fica inalando [o ar poluído]", diz Helena Balbino, meteorologista do Inmet.
Qualidade do ar: A Companhia Ambiental do Estado de são Paulo (Cetesb) possui 17 estações de monitoramento na cidade de São Paulo. Nesta segunda, 10 delas apontaram para qualidade do ar moderada, cinco ruins e apenas duas indicaram boa qualidade do ar.
“Regiões como Grajaú, a Marginal Tietê, e as avenidas 23 de Maio e Bandeirantes, apresentaram qualidades ruins porque têm grande trânsito de veículos e áreas congestionadas. Já a região de Itaquera apresentou boa qualidade porque a estação fica dentro de um parque arborizado”, explica Maria Lúcia Guardani, gerente da divisão de Qualidade do Ar da Cetesb.
Segundo ela, o mês de julho geralmente apresenta condição meteorológica desfavorável, muitos dias sem chuva e ventos fracos, que melhorariam os índices de umidade, dispersariam os poluentes e limpariam o ar.
“Com essas condições, os poluentes, como o material particulado, que são muito finos, ficam mais tempo na atmosfera. O resultado é que as pessoas sentem esse incômodo, o ar carregado, os olhos ardendo, a rinite”, continua.
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