GIRO DA NOTÍCIA

DATAFOLHA DIVULGA LEVANTAMENTO DE INTENÇÃO DE VOTO.

#Datafolha mostrou Bolsonaro com 58% dos votos válidos contra 42% de Haddad. Agora faltam 17 dias para Haddad conseguir aquela que seria uma virada histórica.


Antes mesmo da divulgação do resultado da primeira pesquisa do segundo turno das eleições presidenciais, realizada pelo Datafolha na quarta-feira (10), os petistas pressentiam que a vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) em relação a Fernando Haddad (PT) seria bem parecida com a verificada nas urnas no domingo (7): em torno de 16, 17 pontos percentuais. A sensação no partido era de que, passados três dias, eles não avançaram sobre o território adversário. Estavam certos. O Datafolha mostrou Bolsonaro com 58% dos votos válidos contra 42% de Haddad. Agora faltam 17 dias para Haddad conseguir aquela que seria uma virada histórica.

O movimento mais radical de Haddad com o objetivo de superar Bolsonaro ocorreu justamente na quarta-feira (10). O PT resolveu esconder o vermelho, tão associado ao partido, da campanha. A legenda passará a utilizar o verde e o amarelo sem parcimônia. Também resolveu empurrar a estrela da legenda para alguma outra constelação. Por quê? Até o mais ingênuo dos petistas sabe que a rejeição ao partido só fez crescer desde que foi pilhado na Lava Jato. A jogada, no entanto, é perigosa. O eleitor perceberá que se trata de uma iniciativa nada mais que eleitoreira.

Lula foi crucial para a chegada de Haddad ao segundo turno, mas há sinais de que ele também será escondido na campanha do segundo turno. Até o mais ingênuo dos petistas sabe que a rejeição ao ex-presidente atrapalha os planos de quem precisa de votos daqueles que o desaprovam. O difícil para Haddad, num curto espaço de tempo, será o de dissociar sua imagem da figura do padrinho político. O quadro fica ainda mais complexo porque Haddad segue para Curitiba religiosamente todas as segundas-feiras para encontrá-lo. Essa devoção a Lula está sendo explorada por Bolsonaro e continuará sendo até o encerramento da votação no dia 28 de outubro.

A situação do capitão reformado do Exército é bem mais cômoda. Sabe que não pode cometer erros grosseiros até lá. Ficar distante dos debates com Haddad ajuda. É o petista quem está atrás e precisa desestabilizá-lo – e não o contrário. Em entrevistas a programas de televisão, Bolsonaro surge sereno, comedido. Os golpes mais cruéis contra o adversário têm sido desferidos nas redes sociais, ambientes em que o exército de Bolsonaro também parece mais numeroso e preparado, a despeito de sua campanha contar com bem menos recursos que a frente petista.

Há outro indicador do Datafolha que leva ainda mais tranquilidade para o entorno de Bolsonaro: a maioria dos entrevistados que votaram em outros candidatos afirmou que o apelo desses políticos para que votassem em um determinado nome de nada adiantaria. Isso quer dizer que Bolsonaro não precisa marcar reuniões para pedir o empenho de Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) em sua campanha. Bolsonaro descobriu, ainda, que 20% dos eleitores que votaram no pedetista Ciro Gomes estão predispostos a votar nele. A pesquisa deixa Bolsonaro mais à vontade para ser reativo.

Eleições 2018

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