GIRO DA NOTÍCIA

LEVANTAMENTO APONTA PROBLEMAS EM MOBILIDADE NAS ZONAS ONDE O TRANSPORTE PÚBLICO PERDEU ESPAÇO.

#Pesquisa usa como base, por exemplo, os dados da Pesquisa de Origem e Destino feita pelo Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) em 2017 e aponta redução de 25,9% do número de passageiros no transporte público entre 2013 e 2017. Além de estimar que os veículos contratados por aplicativos fazem 362 mil viagens por dia.







Uma pesquisa feita pela ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos) aponta que a oferta de transporte individual por meio de aplicativos deve mudar as políticas públicas para o setor na Grande São Paulo. A entidade reúne membros de empresas públicas e privadas do sistema de transporte, incluindo viações de ônibus.

O levantamento aponta três cenários hipotéticos com o crescimento deste tipo de modal: aumento da poluição, trânsito e acidentes. A pesquisa usa como base, por exemplo, os dados da Pesquisa de Origem e Destino feita pelo Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) em 2017 e aponta redução de 25,9% do número de passageiros no transporte público entre 2013 e 2017. Além de estimar que os veículos contratados por aplicativos fazem 362 mil viagens por dia.

De acordo com o superintendente da ANTP e coordenador da pesquisa, Luiz Carlos Néspoli, parte da perda de demanda de transporte decorre das condições econômicas do país e na alta taxa de desemprego. Mas, também é observado que alguns usuários estão usando outras formas de descolamento como o transporte por aplicativo.

"Há um perfil de pessoa que se adaptou a este tipo de transporte, que busca mais flexibilização e tem recurso para utilizá-lo", explicou Néspoli.

Outra consequência apontada no estudo foi a de que a queda do número de passageiros de ônibus traria queda da receita do sistema e poderia ocasionar no aumento nas tarifas ou dos subsídios vindos do poder público municipal.

Isso porque o aumento dos quilômetros rodados por carros (de 19% a 57%) provocaria aumento do trânsito e cresceria também o custo operacional das empresas de ônibus de 10,9% a 32,9%.

"Esse cenário joga o custo do transporte público para quem mora mais longe, precisa se deslocar por distâncias mais longas - que em geral são pessoas com renda menor - e teriam que pagar mais caro pelo serviço", avaliou o superintendente da ANTP.

Alternativas: Entretanto Néspoli aponta que não é possível concorrer com as novas tecnologias. Para isso, já está em teste um novo sistema de transporte, que seria por demanda. O projeto começou a funcionar na semana passada no corredor de ônibus que liga São Bernardo à Berrini, em São Paulo.

"É preciso equilibrar a oferta à demanda. Para isso é preciso pensar em contratos que prevejam oferecer serviços alternativos equacionados dentro de uma política geral de mobilidade", declarou o superintendente da ANTP.

Em nota, a 99 disse que estudo realizado em parceria com a Universidade de São Paulo estimou que 85% dos passageiros do aplicativo veio do transporte individual (carro/moto).

A Uber informou por meio de nota que pesquisas demonstram que não há competição com o transporte público e que o app "complementa e incentiva o uso da rede ao facilitar o acesso das pessoas às linhas de ônibus, metrô e trens".

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