GIRO DA NOTÍCIA

PROCON SC INTERDITA LOJA POR CONTA DO PREÇO DO ÁLCOOL EM GEL.

#Procon de Joinville informou que está fiscalizando empresas que comercializam itens de higiene usados na prevenção do novo coronavírus e demais doenças respiratórias para prevenir aumentos abusivos nos preços.




Uma loja de produtos químicos do bairro Costa e Silva foi interditada pelo Procon por praticar aumento abusivo do preço do álcool em gel na manhã desta terça-feira (17). Segundo informações divulgadas pela Prefeitura de Joinville, nesta loja o aumento era de quase 300% no preço: passou de R$ 7 nas semanas anteriores à presença do vírus para R$ 19,90 atualmente. Com a interdição, a loja ficará interditada por 15 dias.

O Procon de Joinville informou que está fiscalizando empresas que comercializam itens de higiene usados na prevenção do novo coronavírus e demais doenças respiratórias para prevenir aumentos abusivos nos preços. Os fiscais do Procon coletam dados em campo, nas empresas que trabalham com produtos de higiene. O órgão já recebeu denúncias de preços abusivos e, até o momento, uma empresa foi interditada.

Um dos proprietários da Ecoville, empresa responsável pela loja interditada, Leonardo Castelo, alegou que os insumos para produção do álcool gel estão em falta e com preços muito mais altos.

— O álcool gel é feito basicamente de duas matérias-primas. Uma é o carbopol, um polímero que transforma o produto em gel. Este produto, pagávamos nele R$ 40 o quilo. Hoje, no mercado interno, está custando R$ 500 o quilo. A gente não está falando de um produto que subiu duas ou três vezes o preço, ele subiu 11 vezes, e não acha em lugar nenhum — afirma Leonardo.

Ele conta que estava em negociação para importar uma carga da China, onde o valor desta substância é menor do que o encontrado no mercado interno brasileiro. Além disso, afirmou que há outras lojas e farmácias em Joinville comercializando o álcool gel em frascos de 500 ml sob valor semelhante e até superior ao da loja dele.

— Qualquer loja, qualquer farmácia, está vendendo 500 ml a R$ 19,90. Por que o Procon não fechou todo mundo? Eu queria essa resposta — diz ele.

Segundo o gerente do Procon de Joinville, Kleber Degracia, a loja foi visitada na segunda-feira de manhã após denúncia e que os proprietários não apresentaram documentação justificando o aumento no valor do produto, após o pedido ser feito a funcionários da unidade. O Procon também informa que passou um período de 24 horas entre a primeira visita, feita na segunda-feira (16), e a interdição. O proprietário da empresa informou que não chegou a ser acionado neste período, nem recebeu nenhuma solicitação.

O gerente do Procon de Joinville também disse que está recebendo outras denúncias sobre o valor mais alto do álcool gel e que todos podem fazê-las.

— Não tem como fazer o flagrante sempre. Às vezes, recebemos a denúncia e, quando chegamos na loja, o produto está esgotado. Então, não temos como comprovar qual era o valor feito naquele estabelecimento — explica.

Com a grande procura pelos produtos de higiene, os comércios de Joinville já apresentam falta de máscaras descartáveis e álcool em gel. O Procon está orientando as lojas a fazerem a venda controlada, limitando um produto por cliente. Situações atípicas, com elevação de preços fora do comum, devem ser denunciadas ao Procon, pelo telefone 151, ou registradas na Ouvidoria da Prefeitura de Joinville, no telefone 156.

— Neste momento de necessidade do consumidor, qualquer aumento sem motivo é incomum. A empresa não pode aumentar sua margem de lucro por causa da maior procura — explica Kleber.

Degracia explica que aumentos referentes a repasses de fornecedores, como o apontado por Leonardo Castelo, podem ocorrer, como se tem percebido no álcool em gel.

— O que pode acontecer é o repasse do próprio fornecedor. A empresa aumentar 20%, que é, por exemplo, o que corresponde ao aumento do fornecedor, pode acontecer, mas não de maneira abusiva. Se o produto custava R$ 10 e passou para R$ 20, por exemplo, sem motivo aparente. Isto aconteceu muito durante a greve dos caminhoneiros — lembra ele, explicando que um aumento abusivo se caracteriza por não ter motivo aparente, com aumento percentual alto ou até dobrando o preço.

A partir de segunda-feira (23/3), o Procon de Joinville passa a funcionar no Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC), localizado na rua Dr. João Colin, 2719, bairro América. Devido à mudança de endereço, o órgão estará com o atendimento ao público suspenso nos dias 19 e 20/3 (quinta e sexta-feira). O horário de atendimento do Procon no CAC continuará o mesmo, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h.

O atendimento por telefone também permanece no número 151. No entanto, devido à transferência de endereço, esse canal poderá sofrer alguma interrupção no início da próxima semana. Em caso de dificuldades, o cidadão poderá entrar em contato com a Ouvidoria, pelo número 156, ou se dirigir diretamente à sede do Procon.

A Ecoville, uma das principais indústrias e maior rede varejista de produtos de limpeza do Brasil, está solidária com toda a população brasileira neste momento difícil e esclarece que não pratica preços abusivos para se aproveitar da crise, muito pelo contrário.

A demanda por álcool gel aumentou exponencialmente em todo o mundo nos últimos meses e estamos enfrentando uma crise de abastecimento de matérias-primas, muitas das quais importadas da China, epicentro da pandemia do coronavírus. Como consequência, toda a indústria mundial está com dificuldades para ter acesso aos insumos necessários para a fabricação do produto. Os preços das matérias-primas aumentaram cerca de 5 vezes nos últimos meses e isso é explicado por diversos fatores: sucessivas altas do dólar, dificuldade para os produtos serem fabricados e embarcados e demanda mundial muito superior à oferta.

Mesmo enfrentando todas estas dificuldades, a Ecoville decidiu reduzir sua margem de lucro no produto álcool gel para não onerar ainda mais o consumidor brasileiro neste momento tão delicado. Dessa forma, conseguimos suavizar o impacto. Mesmo sofrendo uma alta de custos da ordem de 500%, aumentamos o produto em 100%. Esperamos que a crise de abastecimento melhore logo para que possamos voltar aos preços antigos.

Consideramos a ação do Procon de Joinville realizada hoje na nossa loja localizada no bairro Costa e Silva abusiva e arbitrária. Se tivéssemos sido notificados ao invés de arbitrariamente fechados por 15 dias, teríamos esclarecido todas as dúvidas e enviado os documentos que comprovam os aumentos dos custos para a produção do álcool gel. Iremos ingressar com uma ação na Justiça para reverter a autuação.


Procon SC interdita loja por causa de preços abusivos

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